Jesus foi um exemplo admirável de
sábia comunicação. Sua palavra era atraente e convincente. Ele abordava temas
práticos e transcendentes com uma linguagem que o povo podia entender.
Utilizava termos simples do dia a dia para apresentar verdades profundas.
No vocabulário habitual do Mestre
apareciam palavras como pão, água, fermento, sal, azeite, fogo, luz, semente,
semeadura, colheita, trabalho, descanso... E, com Sua fala familiar, guiava a mente de
Seus ouvintes do conhecido ao desconhecido, do material ao espiritual, do
temporal ao eterno. Assim saciava Jesus a sede interior dos que O escutavam, e
semeava esperança no coração deles.
Palavra segura
As multidões escutavam com avidez
a voz clara e sonora do Senhor. Vinham de longe para escutá-Lo. As pessoas não
queriam perder nenhuma das palavras que
fluíam de Seus lábios. Suas notáveis parábolas inculcavam ensinos que os
ouvintes continuavam recordando e comentando entre si.
Eram tantas as pessoas que desejavam
escutar Jesus que nem sempre era fácil encontrar um lugar adequado para a
multidão. Por isso, certa vez em que o espaço foi insuficiente, o Senhor “entrou num barco e
Se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia” (Mateus 13:2). Em outra
ocasião, devido ao numeroso público, o Mestre apresentou um sermão singular a
partir de um monte (Mateus 5:1).
Se o povo escutava com prazer
Jesus durante horas, era porque Seus temas tocavam o coração. Ele falava das
necessidades de Seus contemporâneos, e disso extraía as melhores lições
espirituais. Se hoje Ele estivesse fisicamente entre nós, Seus temas seriam tão
relevantes e oportunos como no passado.
Jesus falava com autoridade,
certeza e convicção. Nunca disse: “Tenho a impressão de que...”, “Me parece
que...”, “É provável que...” ou “É necessário pesquisar melhor sobre esse
assunto”. Ao contrário, Seu ensino era seguro, e não deixava lugar à dúvida.
Com freqüência, dizia: “Asseguro...”, “Em verdade te digo...”. As palavras do
Mestre tinham peso próprio, o peso da verdade, o peso de Sua divindade.
Os ouvintes “maravilhavam-se da
Sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os
escribas” (Marcos 1:22). Isso incomodava sobremaneira a liderança religiosa.
Por isso, “os fariseus [...] juntamente com os principais sacerdotes enviaram
guardas para O prenderem” (João 7:32). Quando os “guardas” regressaram sem
Jesus, a pergunta foi: “Por que não O trouxestes?” E a notável resposta foi:
“Jamais alguém falou como este Homem” (v. 45, 46).
Tão fascinados estavam esses
agentes do mal diante do sermão do Mestre que simplesmente não puderam
prendê-Lo. A palavra de Cristo falou-lhes ao coração. Foram tocados por ela, e
terminaram ficando desarmados na tentativa maldosa.
A sabedoria espiritual de Jesus
vinha diretamente de Deus, mas era profundamente enraizada no Antigo
Testamento, a Bíblia hebraica usada pelos judeus em Seus dias. Jesus tinha um
profundo respeito pela Escritura. Ele a considerava a palavra inspirada de Deus
e a citava em vários contextos. Sua mensagem era impregnada pelos ensinos dos
escritos sagrados. Mais que isso, Cristo sabia que Ele era o foco da Bíblia.
Por isso, disse aos líderes judeus: “Examinais as Escrituras, porque julgais
ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (João 5:39).
Os discípulos e apóstolos de
Cristo não somente viam o Antigo Testamento como a palavra revelada de Deus,
mas também legaram à igreja e ao mundo um novo corpo de escritos sagrados, o
Novo Testamento. Eles registraram as palavras e os atos de Jesus nos evangelhos
e escreveram cartas e livros que foram reconhecidos como inspirados. A
combinação desses escritos novos e antigos deu origem ao livro sagrado dos
cristãos e se transformou na obra mais vendida e influente da história.
Contudo, na visão dos autores
bíblicos, a Escritura Sagrada não é apenas um grande best-seller mundial.
Trata-se da autêntica revelação da verdade divina. Segundo o apóstolo Pedro,
“homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2
Pedro 1:21). Eles escreveram com suas próprias palavras, de acordo com seu
estilo e sua cultura, mas, ainda assim, seus escritos são o testemunho de Deus.
A afirmação do apóstolo Paulo de que “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino” (2 Timóteo 3:16) reflete o alto conceito que a Bíblia gozava entre os primeiros cristãos. A palavra grega theopneustos, traduzida como “inspirada”, significa “soprado por Deus”, “proveniente do fôlego de Deus”. Por ser de origem divina, a Bíblia tem tanto poder para transformar vidas.
A afirmação do apóstolo Paulo de que “toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino” (2 Timóteo 3:16) reflete o alto conceito que a Bíblia gozava entre os primeiros cristãos. A palavra grega theopneustos, traduzida como “inspirada”, significa “soprado por Deus”, “proveniente do fôlego de Deus”. Por ser de origem divina, a Bíblia tem tanto poder para transformar vidas.
Ao mesmo tempo leitor e
personagem central das Escrituras, Jesus tem tido encontros com milhões de
leitores através das páginas sagradas. Você também pode encontrá-Lo por meio da
Bíblia.
Até hoje, a Palavra de Cristo tem
o mesmo efeito. Pode-se mostrar hostilidade para com ela, negar seu valor e
vigência, mas, quando ela é ouvida ou estudada com sinceridade, o coração se
enternece e a vida é transformada. Desaparece o desprezo inicial para com a
Palavra divina, e nasce o amor por ela.
Faça a prova quando tiver dúvidas
ou seu coração precisar de fé; quando um problema o quebrantar e fizer você
perder as forças; quando o desânimo lhe roubar a esperança; ou quando pensar
que sua causa está perdida. Leia com atenção nos evangelhos uma parte das
palavras de Jesus, e elas tocarão de tal maneira seu coração que as sombras
desaparecerão.
Com razão é-nos dito que “a
Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”
(Hebreus 4:12).
O mesmo Mestre que no passado
comoveu com Sua palavra falada as multidões, hoje pode, com Sua Palavra
escrita, comover seu coração e enchê-lo de fé, paz e bem-estar. Reúna as
palavras do Senhor no coração, e elas levarão nova vida ao seu ser!
Duas atitudes possíveis
“Não se banhe nesse lago, pois
suas águas são muito perigosas. Há muitos redemoinhos!” Assim uma boa mãe
aconselhava seu filho único, um jovem de 19 anos. E, como resposta ao
insistente pedido de sua mãe, ele disse: “Mamãe, só uma vez. Prometo que não
irei mais.”
E, de fato, aquela foi a última
vez. Um dos temíveis redemoinhos daquele lago arrastou o rapaz de tal maneira
que nenhum de seus companheiros pôde socorrê-lo. O filho querido foi, mas não
voltou como esperado. Não ter ouvido o pedido reiterado da mãe lhe custou a
vida.
Com as palavras de Cristo pode
ocorrer algo parecido: se seguirmos Seu sábio conselho, invariavelmente iremos
bem, mas, do contrário, o resultado será inevitável. É como ensinou Jesus na
parábola dos “dois fundamentos”. Ali Ele destacou que o que pratica Suas palavras é como o homem prudente que
edificou sua casa sobre a rocha, e a casa permaneceu em pé apesar da chuva, das
torrentes e dos ventos que se arremessaram contra ela.
Em contrapartida, o que ouve as palavras amáveis do Mestre e não as pratica é tão insensato como o homem que construiu sua casa sobre a areia. Com tal fundamento, a casa veio abaixo quando a chuva e os ventos deram contra ela (Mateus 7:24-29).
Em contrapartida, o que ouve as palavras amáveis do Mestre e não as pratica é tão insensato como o homem que construiu sua casa sobre a areia. Com tal fundamento, a casa veio abaixo quando a chuva e os ventos deram contra ela (Mateus 7:24-29).
O primeiro homem agiu com
prudência. Soube construir, e sua atitude é digna de ser imitada. É importante
saber o que é bom, mas isso não é o suficiente. A virtude consiste em praticar
o bem que conhecemos. Por isso, devemos ser sinceros e obedientes, aceitando as
palavras de amor do Mestre e praticando-as para receber a bênção divina.
Palavra criadora
Com a mesma palavra poderosa que
usou para ensinar, o Senhor também criou o mundo natural que nos rodeia. Jesus
é o Criador, e não há poder capaz de competir com Ele. Seu poder é que mantém
os astros flutuando no espaço infinito. Com Sua sabedoria, Jesus detém os
complexos mistérios da natureza, que, com toda a sua ciência, o homem não pode
entender.
Apenas com Sua ordem, o Senhor
trouxe à existência a erva que cobre a Terra, as nuvens que enfeitam o céu, os
animais que acompanham o homem e os grandes mares que alternam com os
continentes. Assim declara o salmista: “Os céus por Sua palavra se fizeram, e,
pelo sopro de Sua boca, o exército deles. [...] Pois Ele falou, e tudo se fez;
Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmo 33:6, 9).
Hoje em dia, muitos cientistas
ignoram Deus e tentam explicar tudo em termos materialistas, ao contrário dos
grandes pioneiros da ciência moderna, como Kepler, Boyle, Newton, Pascal e
Lineu, que criam em um Deus ativo na natureza e O incorporaram em suas
explicações. Em um livro recente intitulado. A Ciência Descobre Deus , o Dr.
Ariel Roth desafia essa postura secular. Segundo ele, o avanço recente da
ciência torna muito difícil pensar que a precisão e a complexidade vistas no
Universo surgiram por acaso.
No livro, o Dr. Roth apresenta
sete linhas de evidências científicas que apontam para a existência e a atuação
de Deus, incluindo a complexidade dos átomos, a precisão extrema das forças da
física, a origem da vida, as grandes complexidades biológicas (como o olho), a
insuperável improbabilidade de a evolução ter ocorrido no tempo geológico, as
lacunas no registro fóssil e a origem de nossa mente misteriosa. Todos esses
fatores exigem um Criador muito perceptivo para formular a exatidão e a
complexidade que a ciência tem descoberto.
De fato, desde os milhões de
galáxias, com seu tamanho incomensurável, até a ínfima pequenez do átomo e da
molécula, tudo – sem exceção – foi criado pelo supremo Criador do Universo, que
também formou o ser humano.
Você e eu somos parte da criação
de Deus, que nos fez à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26,
27). E esse infinito e eterno Criador
é também nosso Senhor. Pertencemos a
Ele. Não lhe parece maravilhoso esse sentido de pertencer a Cristo?
Vida nova
Mas isso não é tudo. Como
Criador, o Senhor renova nossa vida cada dia. Como nosso Pai, nos envolve
sempre com Seu amor e proteção. Dá-nos o estímulo e a certeza de Sua constante
companhia. Com Ele nunca estamos sozinhos nem desamparados. Ao Seu lado não há tristeza,
enfado ou desengano, apenas alegria e vida radiante.
Júlio era o homem mais desprezado
de seu bairro. Sua vida era libertina e todos o rejeitavam. Até que um dia um
cristão se aproximou dele e lhe falou suavemente ao coração. Em seguida, o
convidou a depor sua esperança em Cristo.
Mas Júlio respondeu:
– Eu sei que deveria me tornar cristão, mas
não posso. É impossível para mim.
– Para Deus não há nada impossível –
respondeu o crente. – Que motivo teria você para não aceitar a Cristo – O
principal motivo – respondeu Júlio – é que não sou suficientemente bom para ser
cristão.
– Essa é precisamente a maior razão para que
você se anime a ser um cristão de bem – replicou o crente. – Não porque você
seja bom agora, mas porque Jesus o transformará em uma nova pessoa.
Depois desse breve diálogo, Júlio
abriu o coração a Cristo, aceitou-O como seu Redentor e terminou sendo uma
pessoa transformada e bem-vista pelos demais habitantes do bairro.
Jesus busca e aceita
amigavelmente todos os pecadores. Ninguém fica fora de Seu grande coração. E,
assim como oferece uma vida melhor aos que se consideram bons sem serem, também
a oferece aos maus, por mais incapazes que se sintam para mudar.
Foco certo
A Bíblia nos aconselha a
mantermos “os olhos fitos em Jesus, Autor e Consumador da nossa fé”, para que
não desanimemos (Hebreus 12:1-3, NVI). Esse valioso conselho prático nos
convida a concentrar o olhar, a mente e a conduta em nosso supremo exemplo.
Para quê? Para vencer o mal, crescer na fé e conservar o bom ânimo sem
desanimar. Essa espécie de fortaleza espiritual provém somente de Cristo. A
psicologia não a pode dar, tampouco pode conquistá-la o mero esforço humanista
que deixa Deus de lado.
Seja amigo ou amiga de Jesus.
Permaneça ao Seu lado. Não permita que o mundo O tire de seu coração. Dê-Lhe
sempre o primeiro lugar na vida, e Ele derramará Suas bênçãos sobre você. Para
Jesus, tudo é possível. “Cristo é tudo em todos” (Colossenses 3:11).
Leonardo da Vinci trabalhou
durante vários anos para pintar sua célebre obra A Última Ceia. Atentou
cuidadosamente a cada detalhe dos discípulos ao redor da mesa, ao cálice e,
claro, ao rosto de Jesus. Quando a obra foi terminada, Leonardo convidou um
amigo para que a observasse. O homem ficou maravilhado e disse: “Que lindo
cálice! Não consigo tirar os olhos dele!” Então, Leonardo pegou o pincel e,
diante do horror de seu amigo, cobriu o cálice com tinta, afirmando que nenhuma
parte da obra deveria atrair mais a atenção que o rosto de Jesus.
Em que você concentra mais a
atenção e o olhar? Quão facilmente podemos admirar as coisas secundárias e
superficiais da vida, e deixar de apreciar o essencial que procede do Senhor!
Poderia existir algo mais valioso para você ou para mim que nossa boa relação
com Cristo? Mas isso não é tudo.
A história continua...
1
Ver Ariel A. Roth, A Ciência Descobre Deus (Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2010).
PARA RECORDAR:
1. A Bíblia é a revelação das verdades divinas para
a humanidade. Os autores das Escrituras foram inspirados pelo Espírito Santo.
“Nenhuma
profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por
vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos
pelo Espírito Santo” (1 Pedro 1:20, 21).
2.
A Bíblia foi escrita com o propósito prático de
nos ajudar a viver melhor.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2
Timóteo 3:16).
3.
Ao estudar a Bíblia, temos um encontro com Jesus
Cristo, que é o personagem central dos escritos inspirados.
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a
vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (João 5:39).
PS.: Lembrando que esses temas são do livro AINDA EXISTE ESPERANÇA de Henrique Chaij distribuído pela NOVOTEMPO!
É isso amados, logo logo postarei o próximo tema! Aguardem...
Fiquem na PAZ
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