Na cidade de Dublin, Irlanda, o
jovem Henry Moorhouse vivia entediado de si mesmo. Com 20 anos de idade e uma
vida libertina, sozinho e sem esperança de melhorar, estava a ponto de tirar a
própria vida. Com uma arma de fogo na mão para acabar com seus dias, inesperadamente
escutou uma canção cristã que vinha de outro quarto do modesto hotel em que se
hospedava.
Movido pela curiosidade, o
angustiado rapaz se dirigiu a esse quarto e ali escutou çpalavras relacionadas
com o amor de Deus que mudariam sua vida para sempre. Abandonou seu intento
suicida. A fé se acendeu em seu coração e ele se tornou um cristão genuíno,
estudioso diligente das Sagradas Escrituras.
Uma das passagens bíblicas
favoritas de Henry era João 3:16, que sintetiza assim a essência do evangelho:
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para
que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Ele se
compenetrou tanto nessas palavras que certa vez pregou na cidade de Chicago por
sete dias consecutivos sobre diferentes aspectos desse versículo maravilhoso da
Bíblia, e em cada ocasião comoveu profundamente os numerosos ouvintes.
Que mensagem contém esse breve
texto para despertar tanto interesse e comentário tão extenso? Ele exalta o
assombroso amor de Deus, mas não consegue descrevê-lo, simplesmente porque não
existem palavras humanas que possam descrever em plenitude o insondável amor do
Pai e de Seu Filho Jesus Cristo. Por isso, a passagem citada diz apenas: “Deus
amou ao mundo de tal maneira”, com tal profundidade, com tanto desprendimento,
com tanta abnegação...
Esse amor teve sua máxima
expressão quando Jesus ofereceu Sua vida para nos salvar. Trata-se de um amor
ilimitado que alcança a todos por igual e que Jesus revelou desde a manjedoura
até a cruz. Não houve ação Sua que não estivesse impregnada de amor
incomparável. E com esse amor Ele quer preencher nossa vida. Não poderíamos
receber uma bênção maior nem um presente mais valioso!
Indescritível
Assim foi o amor que Cristo veio
revelar entre nós. Nossas palavras são demasiadamente pobres para defini-lo. O
amor do Senhor foi e continua sendo: inefável,
sublime, maravilhoso,
inesgotável, terno, imutável, infinito, eterno, excelso, imparcial, imaculado,
compassivo, protetor, bondoso, compreensivo, perdoador, inquebrantável,
transformador, acessível, amistoso, delicado, triunfante, ativo, poderoso, criativo,
imerecido, paciente, convincente, consolador, confiável, purificador, redentor
e até fragrante, já que “perfuma” a vida interior de quem o recebe.
Esses adjetivos, positivos como
são, apenas tentam descrever o amor insuperável de Jesus, pois que linguagem
humana poderia descrever de maneira completa o que é “infinito” e “eterno”?
Contudo, faz-nos bem pensar nesses qualificadores do amor divino. Analise sua
vida à luz desses adjetivos, e você compreenderá que Deus tem sido bom com você
ao longo dos anos. Foi Seu amor que lhe deu alegria e que o susteve nas horas
mais adversas.
Repassemos os adjetivos assinalados,
com seu respectivo significado:
1. Inefável: Um amor que não se
pode descrever nem explicar com palavras.
2. Sublime: De máxima dimensão
moral e espiritual.
3. Maravilhoso: Extraordinário,
admirável, assombroso.
4. Inesgotável: Tão abundante e
profundo que não se pode extinguir.
5. Terno: Suave, doce, refinado.
6. Imutável: É impossível mudá-lo
ou diminuí-lo.
7. Infinito: Sua dimensão não tem
fim, porque procede de Deus.
8. Eterno: Imperecível. Sempre
igual no tempo.
9. Excelso: Não poderia ser mais
elevado. Glorioso.
10. Imparcial: Um amor que se
manifesta a todos, de idêntica maneira, e queassegura a redenção de todos.
11. Imaculado: Puro, sem mancha
de imperfeição.
12. Compassivo: Sensível à nossa
dor e às nossas necessidades.
13. Protetor: Defende-nos contra
todo dano e agressão.
14. Bondoso: Cheio de bondade e
consideração, generoso e desprendido.
15. Compreensivo: Um amor que nos
compreende e simpatiza conosco.
16. Perdoador: Reconciliador.
Apaga e esquece nossos pecados.
17. Inquebrantável: Nada nem
ninguém o pode quebrar ou destruir.
18. Transformador: Transforma a
vida de quem o abriga em seu coração.
19. Acessível: Não está vedado
para ninguém; está ao alcance de todos.
20. Amistoso: Bom, solidário e
cordial, porque provém de nosso amigo Jesus.
21. Delicado: Um amor que combate
a rispidez e semeia a delicadeza.
22. Triunfante: Na luta da vida
nos faz vencedores.
23. Ativo: É muito mais que uma
atitude de Deus; é Sua obra salvadora e contínua em nosso favor.
24. Poderoso: Este amor dá força
à alma e nos outorga o poder de Deus.
25. Criativo: Não cessa de nos
brindar com novas formas de bênçãos.
26. Imerecido: É uma graça
generosa de Deus; não um merecimento humano.
27. Paciente: Um amor que suporta
e espera até o fim.
28. Convincente: Mais forte que
qualquer argumento; mais persuasivo que qualquer eloqüência.
29. Consolador: É bálsamo para o
doente e ânimo para a pessoa abatida.
30. Confiável: Um amor seguro,
que não trai; sempre está disponível. Sua lealdade não tem limite.
31. Purificador: Tira a impureza
do coração; limpa a mente de todo mal.
32. Redentor: Graças a esse amor
divino, está assegurada nossa eterna salvação.
33. Fragrante: Quando o amor
divino controla o coração, exala o aroma da bondade e da presença de Deus na
vida.
Quantos outros adjetivos poderiam
ter integrado essa lista! Mas bastam os que incluímos para assinalar o caráter
insondável e inamovível do amor do Senhor para conosco, um amor no qual sempre
podemos confiar. Não importam as provas que sofremos, o amor de Jesus nos
sustentará em todos os momentos.
Sua ajuda nos fará fortes e Sua
leal companhia nos dará felicidade.
Amor multidimensional
O Senhor afirma: “Com amor eterno
Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). Quão estável e
eterna é a bondade de Deus em nosso benefício! O Senhor não muda nem têm altos
e baixos (Hebreus 13:8). E tampouco muda Seu amor para conosco. O amor de uma
mãe pode fraquejar, mas não o de Cristo. A Bíblia declara: “Acaso, pode uma
mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do
filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia,
não Me esquecerei de ti! Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus
muros estão continuamente perante Mim” (Isaías 49:15, 16). Terno e solícito
como possa ser o amor de uma mãe, é apenas um pálido reflexo do amor profundo e
generoso de Cristo. Como demonstração desse amor, o Senhor mostra as “palmas”
de Suas mãos, onde estão as cicatrizes de Sua crucifixão, que nos relembram a
magnitude de Seu amor redentor.
Ao meditar na força espiritual
desse amor, Paulo escreveu: “O amor de Cristo nos constrange” (2 Coríntios
5:14), ou, como dizem outras versões, “nos impulsiona”, “nos move”, “nos
domina”, “nos controla”.
Em contraste com o egoísmo
humano, que submete e arruína, o amor de Cristo nos impulsiona em direção à
liberdade, à retidão e ao regozijo da vida; guia-nos para a redenção e nos
distancia da destruição. Assim é a experiência de quem vive impulsionado pelo
poderoso amor do Senhor. Como disse S. Songh: “Sem Cristo eu era como um peixe
fora da água. Com Cristo estou num oceano de amor.” Foi também Paulo quem deu
este valioso conselho: “Assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, [...] a
fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que
excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Efésios
3:17-19).
Essa é a dimensão múltipla e
completa do amor do Salvador. Um amor inesgotável que nasce e permanece quando
o Senhor mora em nosso coração. É tão profundo que a mente humana não o entende
até que o coração esteja cheio dele.
Amigo dos pecadores
Por ser tão profundo, o amor de
Jesus nem sempre era compreendido. Seus inimigos diziam que Ele recebia os
pecadores e que comia com eles (Lucas 15:2). Em outra ocasião, Jesus mencionou
o que Seus inimigos falavam: “Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de
publicanos e pecadores” (Mateus 11:19). Essa grave denúncia estava correta? Era
uma calúnia sem fundamento elaborada no coração corrompido de Seus invejosos
inimigos. Tinha como propósito desmerecer o bom nome e a popularidade do
Mestre.
Jesus não negava Sua amizade a ninguém,
nem sequer aos mais indignos, e não Se envergonhava de comer com eles, porque
desejava ajudá-los a mudar.Por isso, sem querer, os inimigos de Jesus não
fizeram outra coisa além de elogia-lo quando O chamaram de “amigo de publicanos
e pecadores”. Ele era o amigo que elevava os maus, sem Se contagiar.
Imaginemos um encontro de Jesus
com um desses seres desprezados da sociedade. Os “publicanos” eram os
cobradores de impostos a serviço do poder romano. Com frequência, eles cobravam
mais do que o estipulado e eram vistoscomo ladrões do povo. Já os “pecadores”
eram malfeitores de diferentes espécies. Ali estava Jesus com eles,
compartilhando a mesma mesa em algum lugar reservado ou em alguma casa
particular, sem preconceito nem hesitação.
Jesus ouvia com interesse esses
homens vencidos pelo mal. Olhava-os com simpatia, e, quando surgia alguma
pergunta, sugeria uma resposta. Caso contrário, Ele mesmo formulava uma
pergunta que os fazia pensar e lhes tocava o coração. Ali estava o grupo: dez,
vinte, talvez mais. Jesus não Se espantava com o que diziam. Ele continuava
escutando o que contavam e, quando se levantavam da mesa, reinava um breve
silêncio. Os publicanos e pecadores ali reunidos já se sentiam melhor com o
toque amistoso que recebiam de Jesus, e alegres pensavam num próximo encontro.
Jesus continuava dizendo: “Não
vim chamar justos, e sim pecadores”(Marcos 2:15-17). Sua obra de amor é
convidar os pecadores para se distanciardo mal e desfrutar uma vida justa e
redimida por Ele.
Não importa se você se encontra
preso no lodo da maldade, vítima do vício escravizador, afligido pelos
constantes problemas, desprezado por aqueles que o rodeiam, ou vazio por sua
falta de fé, para tudo isso Jesus tem a solução mediante Seu amor compreensivo,
perdoador e transformador. Lembre-se: Ele “recebe os pecadores” e os justifica.
O que é pecado? Quando o salmista
Davi escreveu: “Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante
os Teus olhos, de maneira que serás tido por justo no Teu falar e puro no Teu
julgar” (Salmo 51:4, NVI), nos ofereceu uma clássica definição de que o pecado
é fundamentalmente um ato de oposição à vontade de Deus. Além disso, a Bíblia
afirma que “o pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), e o saber fazer o
bem e não o fazer (Tiago 4:17), e “tudo o que não provém da fé” (Romanos
14:23). Em termos amplos, pecado é qualquer desvio da vontade conhecida de
Deus, seja ao descuidar-se do que ordenou explicitamente ou ao fazer o que
proibiu especificamente.
Infelizmente, você e eu também
não estamos livres do pecado, pois ele afetou toda a humanidade. A
pecaminosidade é um fenômeno universal. “Todos pecaram e carecem da glória de
Deus”, diz o apóstolo Paulo (Romanos 3:23).
O pecado controla nosso coração e
envolve tanto nossos pensamentos quanto nossas ações. Seus efeitos são
terríveis.
Felizmente, o pecado tem solução.
O antídoto contra o pecado e a culpa que ele produz é o perdão (Mateus 6:12),
que gera uma consciência limpa e paz mental. Os evangelhos afirmam que Jesus
está ansioso para conceder Seu perdão aos pecadores arrependidos, e o poder
necessário para mudar nossos pensamentos e nosso estilo de vida.
Apesar de nossos fracassos, Jesus
continua Se comunicando com todos, em todo lugar: no local de trabalho, no lar,
no esporte, na igreja, enquanto viajamos ou caminhamos pela cidade. Você pode
escutar Sua voz? Cultiva a amizade com Ele? Já viu quantas mudanças pode
produzir o Senhor em sua vida? A Bíblia promete: “Se alguém está em Cristo, é
nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2
Coríntios 5:17).
A grande parábola
A busca de Deus pelos pecadores
foi muito bem retratada na parábola do filho perdido. O rapaz ingrato foi para
longe de seu lar. Mas antes pediu ao pai a herança que, segundo sua mente
egoísta, lhe pertencia por direito, e o pai deu o que ele queria.
Com todo o dinheiro recebido, o
novo rico foi com seu desamor e sua soberba a uma província distante. Ali,
durante um tempo, se relacionou com amigos libertinos e viveu alucinado com o
prazer do pecado. Mas essa conduta foi consumindo seu dinheiro, até que o
perdeu completamente. Quando isso aconteceu, perdeu também os amigos, e começou
a procurar trabalho, pelo menos para comprar comida.
Não foi fácil para o rapaz
encontrar trabalho. Por fim, aceitou a indesejada tarefa de cuidar de porcos
num chiqueiro. E ali não conseguia sequer alimentar-se com a comida dos porcos.
Sozinho, angustiado e faminto, sentiu-se indigno e miserável.
Então, em tal condição de
carência total, o jovem “caiu em si”, e pensou: “Quantos empregados de meu pai
têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e
voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não
sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados”
(Lucas 15:17-19, NVI).
E assim, com humildade, sem
pretensões, e reconhecendo seu erro de filho rebelde, o rapaz abandonou o
chiqueiro sujo e iniciou a viagem de volta ao seu lar. Não levava consigo mais
que farrapos e vergonha. Sua culpa o afligia, mas seu genuíno arrependimento
lhe dava esperança de ser perdoado. Difícil e lenta foi essa viagem de
regresso. As incógnitas estavam em sua mente: “Papai me perdoará? Ele me
aceitará de novo em casa? E se não me receber?”
Mas o pai conservava um amor
afetuoso por seu filho, e, quando o avistou à distância, foi correndo em sua
direção, o abraçou e o beijou. Um encontro comovente! O filho foi totalmente
perdoado, e foi organizada uma grande festa de boas-vindas e reconciliação. O
pai exclamou com júbilo: “Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido
e foi achado” (Lucas 15:11-24).
Essa história é um esboço do
maravilhoso amor de Deus em favor de Seus filhos. Não importa quanto nos
rebelemos contra Deus, nem quão libertina tenha sido nossa conduta, o Pai
continua nos amando e oferecendo Seu perdão. Não há limite para o generoso amor
de Deus. Ele nos ama ainda que não O amemos; perdoa-nos ainda que não o
mereçamos; chama-nos mesmo que não respondamos; quer nos transformar ainda que
não o peçamos; deseja nos salvar mesmo que não valorizemos o custo infinito de
nossa salvação.
O amor do Pai para conosco é
profundo e abnegado. Ele Se deleita quando estamos com Ele e modela nosso
caráter para continuar estando ao Seu lado pela eternidade. Quando você crer
que lhe falta o amor dos demais, lembre-se de que Deus continua amando você
ternamente. Como o pai recebeu com tanto carinho seu filho pródigo, assim nosso
Pai celestial abre Seus braços para nos envolver com Seu amor inefável.
Mas isso não é tudo. Há muito
mais para ver e pensar. A história continua...
PARA RECORDAR:
1. O maravilhoso amor de Deus
pelo mundo foi expresso pela dádiva de Seu Filho amado.
“Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não
pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
2. Jesus, representando o Pai,
era amigo dos pecadores, pois veio para salvá-los e transformá-los.
“O Filho do Homem veio buscar e
salvar o perdido” (Lucas 19:10).
3. Não há limites para o generoso
amor de Deus. A morte de Cristo em nosso lugar é a grande prova do amor divino
por nós.
“Mas Deus prova o Seu próprio
amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores” (Romanos 5:8).
PS.: Lembrando que esses temas são do livro AINDA EXISTE ESPERANÇA de Henrique Chaij distribuído pela NOVOTEMPO!
É isso amados, logo logo postarei o próximo tema! Aguardem...
Fiquem na PAZ
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